Milhões de brasileiros enfrentam dívidas com juros altíssimos, especialmente no cartão de crédito e no cheque especial. Quando o valor começa a fugir do controle, é comum surgir a dúvida: o que é melhor — renegociar com o credor ou buscar um empréstimo pessoal com juros menores?
A resposta depende de diversos fatores, incluindo o tipo da dívida, sua taxa de juros atual, o perfil financeiro do devedor e as condições de pagamento disponíveis no momento. Neste artigo, você entenderá os prós e contras de cada estratégia, e como tomar a melhor decisão para o seu caso.
Entendendo o peso dos juros altos
Antes de qualquer ação, é fundamental reconhecer o real impacto dos juros no saldo devedor. Cartões de crédito podem chegar a taxas anuais acima de 400%. Isso significa que uma dívida de R$ 2.000 pode ultrapassar R$ 6.000 em menos de um ano se não for quitada ou renegociada.
Quanto mais tempo a dívida se arrasta, maior o comprometimento da renda mensal, e mais difícil se torna sair desse ciclo.
Opção 1: Renegociar com o credor
A renegociação da dívida consiste em entrar em contato com a instituição financeira para tentar revisar o contrato, negociar o saldo devedor, o número de parcelas e a taxa de juros.
Vantagens:
- Redução imediata da pressão financeira: é possível estender o prazo e diminuir o valor da parcela mensal.
- Condições flexíveis: alguns credores aceitam descontos para pagamento à vista ou concedem prazos maiores.
- Evita negativação ou mantém o nome limpo: em alguns casos, o acordo evita o registro em órgãos de proteção ao crédito.
Desvantagens:
- Juros ainda podem ser altos: mesmo com negociação, os bancos mantêm taxas mais altas do que outros tipos de crédito.
- Possibilidade de novas dívidas: ao manter o relacionamento com o mesmo banco e não mudar hábitos, há risco de contrair novas dívidas no futuro.
- Exige disciplina: inadimplência após renegociação pode piorar ainda mais o quadro.
Opção 2: Substituir por um empréstimo pessoal
Essa estratégia consiste em contratar um empréstimo com juros mais baixos (como crédito consignado ou empréstimo pessoal com garantia), e quitar a dívida mais cara de uma só vez. Em outras palavras, é trocar uma dívida ruim por uma melhor.
Vantagens:
- Juros menores: empréstimos pessoais podem ter taxas bem abaixo das cobradas por cartões e cheque especial.
- Parcelamento definido: você sabe exatamente quanto pagará por mês, o que facilita o planejamento financeiro.
- Limpa o histórico com o banco original: pode ajudar a melhorar seu score de crédito, desde que a dívida anterior seja quitada.
Desvantagens:
- Endividamento continua: embora mais barato, continua sendo uma dívida, e exige comprometimento no pagamento.
- Exige bom relacionamento bancário: nem todos conseguem boas condições em bancos diferentes.
- Risco de endividamento duplo: se a pessoa quitar a dívida anterior e continuar utilizando o cartão ou cheque especial sem controle, o problema pode se repetir.
Quando escolher cada caminho?
Veja abaixo alguns cenários e recomendações:
- Se você está negativado e o banco oferece desconto à vista: renegociar pode ser a melhor saída.
- Se a dívida está ativa, mas os juros são muito altos e você tem bom score: vale mais a pena buscar um empréstimo pessoal com taxa menor.
- Se você tem várias dívidas pequenas com diferentes instituições: pode considerar um empréstimo de consolidação, unificando todas em uma única parcela.
- Se está com renda comprometida e não consegue pagar o valor total da fatura do cartão: renegociar imediatamente evita crescimento descontrolado da dívida.
Dica final: planejamento é indispensável
Seja qual for o caminho escolhido, é essencial rever o orçamento pessoal, cortar gastos, estabelecer metas e evitar novos parcelamentos enquanto a dívida estiver sendo paga.
Tomar um empréstimo mais barato pode resolver o problema no curto prazo, mas não elimina a necessidade de educação financeira. Renegociar, por outro lado, exige que o devedor mantenha disciplina para não reincidir no erro.
A melhor saída é aquela que se encaixa no seu cenário atual e não compromete sua estabilidade no futuro.